menino sonhador
ainda continua com o mesmo sorriso forçado
aspecto de mal-humorado
as vezes meio cansado
e sempre carente de um abraço
com o pé descalço
jogando bola no campinho de barro
fazia um gol e corria pro abraço
mesmo sem chuteira
pensava que a próxima sexta-feira
seria deferente
em meio a toda descriminação e preconceito
a vontade de lutar contra isso batia mais forte no peito
mas essa realidade não era só dele
pra quem vive no gueto
o sistema fede
e só quem mora aqui sabe o preço
sempre buscando um sentido, em meio as vielas
seu sonho não era mais ser jogador
seu sonho agora, era buscar uma melhoria para sua favela.