Doação
Quem se doa, sem quaisquer limites
Perde a noção do que lhe pertence
Porque recusa sempre os convites
E aceita aquilo que não o convence!
Quem se doa, sem quaisquer barreiras
Perde o tino do espaço que ocupa
E percorre a estrada pelas beiras
Como se tivesse de pedir desculpa!
Quem se doa, perdendo o próprio respeito
Percorre os caminhos da ingratidão
Tornando a vida num túnel estreito
Que termina sempre em solidão...
Mas sobram, de todas as dores
certas certezas que amenizam...
Pois entre espúrios e louvores
há amores que se eternizam...
Viver, é gestar a própria morte!
E, dos HOMENS com carros de bois
até aos homenzinhos com carros de sorte,
o final é sempre igual, no caso dos dois...