Pela manhã

Pela manhã

Corre o dia pelas estradas caladas que vislumbro

Ruídos ao longe de quem dos nadas faz andar o mundo

Caminhos diluídos nos meus olhos perdidos desfocados

Tons cinza poluídos que descansam nos telhados

O parapeito da janela é o berço perfeito para suporte

Uma luz singela espreita com um pouco de sorte

Os cabelos despenteados são travesseiros denunciados

De quem ainda acorda sonolenta com os sonhos bem sonhados

A ausência de mim acaba por inevitávelmente me procurar

Nada se passa enfim, resta apenas o olhar dentro do meu olhar

E assim eu fujo numa distraída vivência como se me fosse indiferente

Perdida no sentimento com os olhos pousados no céu tão somente

Olhando no vazio vou vendo o que a vida me traz

E mesmo que não traga já sou feliz com este vento de paz!

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 13/05/2023
Código do texto: T7787450
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