Prelúdio da Saudade
O tempo passa sobre tudo em volta
Tão gigante que a ele nada importa
Então o tempo vira tudo sem alarde
E quando reparamos pode já ser tarde
Quanto tempo custa uma amizade?
Quanto cobra pela vida e o peito que arde?
O que significa quando a mão se solta,
e o tempo nos leva à próxima porta?
Anos e relógios fazem de tudo brincadeira
E nós, crianças perdidas, caímos da beira
O tempo nos engana com seu jogo teatral
E sem nos avisar nos leva ao ato final
Qual caminho levaria a ser imortal?
Será o esquecimento o fim natural?
Será que tudo cabe na hora derradeira?
Será que há perdão suficiente para uma vida inteira?
O tempo dá a toda história um fim
Cabem às retinas separar o bom e o ruim
O tempo me convida a ver o sol dormir
E um sorriso estranho me lembra você partir
Quanto se demora para não mais sentir?
Quando se entende que é preciso ir?
Se um dia também sorrir, estranhamente, assim...
Talvez não esteja aqui quando sentir falta de mim