Prelúdio da Saudade

O tempo passa sobre tudo em volta

Tão gigante que a ele nada importa

Então o tempo vira tudo sem alarde

E quando reparamos pode já ser tarde

Quanto tempo custa uma amizade?

Quanto cobra pela vida e o peito que arde?

O que significa quando a mão se solta,

e o tempo nos leva à próxima porta?

Anos e relógios fazem de tudo brincadeira

E nós, crianças perdidas, caímos da beira

O tempo nos engana com seu jogo teatral

E sem nos avisar nos leva ao ato final

Qual caminho levaria a ser imortal?

Será o esquecimento o fim natural?

Será que tudo cabe na hora derradeira?

Será que há perdão suficiente para uma vida inteira?

O tempo dá a toda história um fim

Cabem às retinas separar o bom e o ruim

O tempo me convida a ver o sol dormir

E um sorriso estranho me lembra você partir

Quanto se demora para não mais sentir?

Quando se entende que é preciso ir?

Se um dia também sorrir, estranhamente, assim...

Talvez não esteja aqui quando sentir falta de mim

João V Zibetti
Enviado por João V Zibetti em 13/05/2023
Código do texto: T7787295
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