Ela não sabe
Ela não sabe, mas acende seu cigarro
com muita dúvida, procurando algo
para tentar compreender-se.
No primeiro trago, uma vaga lembrança
de um momento livre, de um momento
em que suas idéias eram soluções
que manejavam sua vida.
Entre outros tragos a certeza de que
não fazia certo continuar, afinal
esse momento não trazia segurança,
mas é uma válvula de escape.
Sentia-se livre de seus pensamentos
atordoados, sentia-se livre para pensar
o que quisesse, para viver uma história
em que ela apenas comandasse, determinasse.
Ela já sabia o final!
Enquanto queimava o cigarro, milhões
de coisas a perturbava, mas ela só queira
ser dona do seu destino. Manipular os sentimentos,
os sentidos e obter a resposta da sua liberdade.
Foge! De quem? Do que?
Do imprevisto, do incerto, do real!
São tantas coisas que borbulham
em sua cabeça e junto, a impotência
de não conseguir ser o que ela mais deseja.
Livre dos sentimentos de culpa, dos sentimentos
de saudade. Certa de muitos erros, mas errada
porque ao findar seu cigarro, tudo volta, é tudo o mesmo!
A fumaça incomoda!
Ela não gosta, mas insiste,
quem sabe, um outro vício,
um novo amor ?!