As marcas do tempo

As marcas do tempo

Vivemos as rugas desenhadas

Pelo tempo das cinzentas madrugadas

Pelas noites de estrelas sonolentas

Caídas nas janelas em estradas

Abraçadas a chuvas de águas lentas

Dilúvios de lágrimas nos beirais dos telhados

Nuvens que caiem nos azulados oceanos

Invernos sucessivos de momentos sentimentais intervalados

Em dias curativos das dores e danos

Iguais, repetitivos e descompassados

Tantos poentes desencontrados dos mares

Quando os olhos lentos passeavam nos seus vagares

Dias quentes que vagueavam na pele despida

Em carícias felizes solares

De brisas perfumadas numa face esculpida

Amores tatuados em chamas vibrantes

Que feriram a pele com queimaduras e cicatrizes

Fogueiras de paixão e ternuras flamejantes

Apagadas por ventos turbulentos de instantes

De sentimentos outrora felizes

A linha do tempo é certamente por nós pintada

A sós pela cor que gostamos neste imaginário traçado

O passado é apenas uma folha solitária rasgada

Perdida e enlaçada nos ponteiros do tempo da saudade

Que seguem em frente alegremente pelos trilhos da desejada felicidade

Luísa Rafael

Direitos de autor reservados

Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 08/05/2023
Código do texto: T7783281
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