Um elo disperso

Há um ponto luminoso brilhando distante de uma janela aberta para o tempo.

Esse foco de luz insiste em banhar me deixando marcas e sonhos vividos e adormecidos no ontem.

Vou rodopiando como esfera cristalina por entre os brancos e macios lençóis de nuvens repousando sem pressa nesses caminhos pausados sem medo de chegar.

Vou armar minha gangorra no alto das estrelas e deixar sapatos caírem por entre as colunas do orvalho da noite onde sorrirei como criança diante da festa do alvorecer.

Essa viagem me levará a uma desconexão destemida, corajosa de um sistema piegas e opressor.

Triunfarei diante do rompimento dessas amarras que amordaçaram indevidamente passeios livres de garças fazendo a festa da vida no meio da chuva.

Ao desatar esse cinturão voarei livre como fazem os pássaros em manhãs de primavera.

Léa Silva
Enviado por Léa Silva em 08/05/2023
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