Por entre as flores

Por entre as flores

Vou contando com a mão as flores esquecidas uma a uma

Por entre a vegetação perdidas até que não fique nenhuma

Deixando o tempo fugidio abrir caminho entre elas

Preenchendo o meu vazio na aspereza das vielas

Pousam os meus olhos na natureza e na dura nudez da solidão

Olho para trás e o que vejo seja talvez uma pura e lenta vastidão

Verdes são os campos da paixão descobertos para mim

Também com recantos de evasão que tanto gosto enfim

Mas só as flores afinal é que me fazem companhia

Dão-me cores para a alma e o silêncio em sintonia

São desertos pintados de amores que até são do meu agrado

Com pétalas de versos debruadas pelas linhas do fado

Ai, se as flores ouvissem a quem eu chamo para dentro

Talvez se entregassem para ramo enlaçado de amores em sentimento

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 07/05/2023
Código do texto: T7782422
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