Olhe Para Mim de Novo

Rios tempestuosos carregam diariamente

As infinitas mudanças do universo

Cada partícula se transforma a cada instante

No grande ciclo da evolução

Mas o que vejo em teu olhar penetrante

Não é o reconhecimento de uma transição

Mas uma fotografia do passado

Já envelhecida, puída, desprovida de sentido

Não posso eu fingir que nada se manteve

Mas chega de maniqueísmo negligente

Nem ruim tudo que fica, nem bom tudo que vai

Que é o bem e o mal perante o cosmos?

Não peço que me dirijas palavra

Nem me reconheças, nem me enobreças

Não me dês redenção nenhuma

Peço-te uma coisa, e uma coisa apenas

Olhe para mim de novo

Ariel Alves
Enviado por Ariel Alves em 07/05/2023
Reeditado em 07/05/2023
Código do texto: T7781951
Classificação de conteúdo: seguro