Olhe Para Mim de Novo
Rios tempestuosos carregam diariamente
As infinitas mudanças do universo
Cada partícula se transforma a cada instante
No grande ciclo da evolução
Mas o que vejo em teu olhar penetrante
Não é o reconhecimento de uma transição
Mas uma fotografia do passado
Já envelhecida, puída, desprovida de sentido
Não posso eu fingir que nada se manteve
Mas chega de maniqueísmo negligente
Nem ruim tudo que fica, nem bom tudo que vai
Que é o bem e o mal perante o cosmos?
Não peço que me dirijas palavra
Nem me reconheças, nem me enobreças
Não me dês redenção nenhuma
Peço-te uma coisa, e uma coisa apenas
Olhe para mim de novo