Águas

Desde de quando o mundo é mundo o mar lamenta

Não importa quão complexo ele se

torna

O verniz da novas formas não suborna

Este fato que ele apenas reinventa

Ou acaso é outro ser o que se adorna?

E qual nota, em outro timbre, se isenta?

O martelo desta dor que experimenta

Deixa ecos pelo tempo; sua bigorna

Se no coro de mil línguas onduladas

Se no uivo de uma concha desterrada

Se no sal de uma lágrima brotada

Se em degraus de quebradiças, fracas , ondas

(Desde de quando o mundo é mundo o mar lamenta)

Som e fúria, até que um dia o firmamento,

Nostalgia destas águas, lhe responda

David Ariru
Enviado por David Ariru em 06/05/2023
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