Águas
Desde de quando o mundo é mundo o mar lamenta
Não importa quão complexo ele se
torna
O verniz da novas formas não suborna
Este fato que ele apenas reinventa
Ou acaso é outro ser o que se adorna?
E qual nota, em outro timbre, se isenta?
O martelo desta dor que experimenta
Deixa ecos pelo tempo; sua bigorna
Se no coro de mil línguas onduladas
Se no uivo de uma concha desterrada
Se no sal de uma lágrima brotada
Se em degraus de quebradiças, fracas , ondas
(Desde de quando o mundo é mundo o mar lamenta)
Som e fúria, até que um dia o firmamento,
Nostalgia destas águas, lhe responda