Soneto da introspecção
Soneto da introspecção
Há uma claridade que desenha uma imaculada silhueta
Na parede da intimidade está tatuada a alma do poeta
Sombras de ambiguidade de uma sede libertadora
Uma cumplicidade reflexiva com uma mente sonhadora
Manchas descoloridas onde os meus olhos descansam
Numa aparente inércia eles cansados dançam
Circulam desgovernados no pensamento sem medos
Ideais amordaçados de tecidos rasgados e segredos
A melodia no escuro é vaga e penetrante
Apuro os sentidos com uma magia clara e viciante
Deixo-me guiar pela luminosidade que emana de dentro
Uma chama suave incandescente dá aconchego e alimento
Um sorriso quente abre a alma com a luz da liberdade
Num sossego que seduz a minha própria interioridade
Luísa Rafael
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Porto, Portugal