Um corpo presente
Um corpo estirado
Na margem de meus pensamentos
Sendo sugado pela sede
De minha revanche.
Exposta na mesa
Que abriga os olhos da fome.
Os passos que vem
E que vai,
Sendo sugados pela ignorância
Daqueles que na absorveram
As chamas da paz.
É um corpo
Que pesa em minhas ideias
E que por ser órfã
De sua própria representação
Acabou por despertar nos braços da miséria.
É o corpo que não se cala
Que vive na revolta
E não entrega ao gosto amargo
De sua fala.
E ao se tornar a voz
De sua luta,
Caminha pelas estradas
De um tempo de superação.
Não um corpo perdido
Nem uma lágrima que se vai.
Mas uma oportunidade
De retornar
As suas origens.
O corpo que se levanta
E se rebela.
E que está presente
Nas forças de sua identidade.