Nômades dos Desertos
quando o sol do mundo esconde
a mão da noite embrulha horizontes
perde-se no deserto o solitário nômade
não cantam aves nem murmuram fontes
andam delirantes, confundidos, aturdidos.
sempre os mais tristes são os vencidos
deixando as grandes tendas esquecidas
os véus dos amores e paixões sofridas
a sina longe dos olhos, do coração
a pele rasgada pelos grãos de areias
nas dunas onduladas ziguezageuando
onde o inverno e o verão são implacáveis
e o homem sempre à procura do oásis
em caravanas desfilam cruzando luas e sois
onde nada alcança o infinito
no cenário tão fundo expandindo em vermelho
nos sussurros , nos gritos dos ventos
na vida em constante movimento
a alma evocando, clamando
pelo bálsamo que aliviará o peito
solos sem brasas, mas de macios leitos
na dor da saudade de abraços e beijos!
14/12/07