Um poema rude

Não quero me perder

novamente

pensando num retorno

num momento de transe

de catarse

no meio do desencanto,

das minhas madrugadas.

De manhã

talvez,

eu acorde apenas

pra abrir a janela

e ver o sol nascer,

da puta que pariu.

e para rasgar as cortinas

e cobrir o buraco

que você abriu,

dentro de mim.

Encho um copo

de café frio,

como veneno

e jogo a poesia

ralo a dentro.

"Foi mal, meu bem..." eu penso.

Talvez o teu desinteresse

seja culpa minha,

como sempre

ou só mais uma forma original

de finalizar

uma história ruim.

Talvez eu vá morrer

segunda feira,

e ressuscitar

na sexta

virado ao avesso

juntando os meus pedaços

enquanto você se perde

em outros braços,

fingindo plenitude.

Mas enfim,

me resumo

aos sussurros,

deste poema rude

como últimas palavras,

de quem está sozinho

e cansado,

de pensar.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 03/05/2023
Código do texto: T7779096
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