Ordem Natural
Eric do Vale
Resmungar pra quê?
Já foi, já era, não dá...
Se nada saiu direito,
O que se há de fazer?
Não há mais nada a fazer,
A não ser se deixar
Mergulhar nesse mar
Lacrimejante, mas
Cuidado para não se afogar.
Peito dilacerado
E o juízo atordoado,
É preciso se perder
Por aí a fim de entender
Que tudo ocorreu
Como corre o curso
Natural da vida.
Inútil é qualquer
Amenidade, pois inexiste
Qualquer serventia
Que console um pranto
Derramado, mas se quiser
Um conselho para servir de consolo:
É preciso ter maturidade
A fim de compreender
A ordem natural de tudo
E, contudo, agir, com naturalidade.