A ÚLTIMA CEIA
Que me desculpem os ausentes
mas não vou ao meu último jantar
Podem comer sozinhos
fiquem bem à vontade
façam de conta que estou
presente na cadeira vazia
a que estou reservado me sentar
Não me esperem pontualidades
agendas, obrigações ou compromissos
pois não sou de olhar em relógios
as agulhas do tempo passar
nem faço promessas ao destino
que sequer sei em qual esquina
vou a contragosto por fim encontrar
Por favor não fiquem chateados
com esse meu eventual desaparecimento
reconheço que não fui assim educado
mas ele será tão somente breve e temporário
e por enquanto me entendam
que não estou com nenhuma fome
ou com a mínima vontade e anseio
de junto com vocês logo cear
Que fiquemos então assim combinados
quando quiser noturnal e mais adiante
de eternidade me empanturrar
vou ao rol dos meus sumidos
e a todos vocês irei convidar
Porém
por agora e no momento
apenas me deixam aqui no meu canto sossegado
banqueteando-me desacompanhado com as memórias
que sei que em alguma mesa irei reaver e reencontrar