ESTRANGEIRISMO: FORA!

Estrangeirismos?

Fora!

Quero a brasilidade,

a força da nossa gente,

brotando a cada verso,

sendo retratada.

Quero Gregório de Matos

a enxovalhar os governantes da sua época.

Quero Gonçalves Dias

a lutar

pelos nossos guerreiros

da tribo Tupi.

Quero Aluísio de Azevedo

a mostrar

uma língua dissecada

dos cortiços cariocas.

Quero: Machado de Assis,

e seu nobre linguajar,

ao lado da sua dissimulada Capitu,

Jorge Amado

andando pelos sertões da Bahia,

a apontar o coronelismo

e a malemolência de Gabriela,

Graciliano Ramos

e a cachorrinha Baleia,

na seca nordestina,

em Vidas Secas,

Guimarães Rosa,

e o amor entre os jagunços

Riobaldo e Diadorim,

no interior do país,

e o resgate da linguagem

do homem desse lugar,

no Grande Sertão: Veredas,

Carlos Drumond de Andrade

e sua pedra “no meio do caminho”,

Cecília Meireles

e seu Romanceiro da Inconfidência,

Clarice Lispector

e sua prosa poética,

Rachel de Queiroz

com sua heroína

em seu Memorial de Maria Moura

e Mário de Andrade,

com seu Macunaíma

e o seu resgate da cultura brasileira.

Quero a Língua “Brasileira”

mostrando os heróis da nossa gente,

com todos os nossos trejeitos.

Sendo falada

e escrita por nós.

Vista como deve ser:

com Orgulho.

Só assim

se faz um grande nação:

com seu idioma,

sua cultura

e amor a ela.

Por isso,

falo em alto

e bom tom.

Estrangeirismos?

Fora!!!

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