Caracóis...
Tateei teu corpo numa noite escura e branda
E puxei-te para debaixo dos lençóis
E no suor feroz de nossa cama
Nos enrolamos como dois caracóis
E os urros de amor ao silêncio bradava
Disputa de corpos em pele nua
A alma em êxtase ao mundo gritava
E o choque de amor acordava toda a rua .
E era meu peito teu repouso findo
E minhas pernas tua âncora voraz
Eram teus seios meu poema mais lindo
Eram os edredons nossas conchas e corais
E no invólucro que protegia nosso corpo mole
Morríamos nas madrugadas em alegria
E num declame magistral que comovia
"Eu te amo" em derradeira poesia
E como moluscos em carapaças que se moviam
Ressuscitávamos sempre no outro dia .