Sesmaria de Minas

Quando cheguei na fazenda, gostei da recepção
Ninguém estava esperando, pra quem não observou
Os lindos lírios do campo, sorrindo pra quem chegou.

Chamou –me também em a atenção, as luzes da velha usina,
Tão fracas como uma brasa, nas trevas não fazem clarão.
Mas trazem consigo uma história, de trabalho e tradição.

Valha –me Deus, me ajude, da beleza encontrar o inicio,
Há tanta em um só ponto, ou desisto desse ofício.
O canto vem das palmeiras, onde a arara faz folia,
Da mata vem outros tantos, com muito mais melodia.

A árvore que eu vi lá na sala, na mata não tem uma igual,
Os filhos são cada galho, chegados de Portugal.
A noite só vi alegria, no encontro depois do jantar,
A música boa da terra, fazia a gente dançar.

Em cada mesa do bar, sorriso e descontração,
As coisas boas da vida, não custam mais que tostão.
Na trilha eu ouço o ruído, das pedras e a água a ensaiar
Porém o mais belo é a vista e a bruma que fica no ar.

O ciclo do ouro verde, ergueu imensos casarões,
Em cima luxo e riqueza, sofrimento nos porões,
Ninguém ouviu o gemido de um escravo castigado
O choro foi proibido, é melhor sofrer calado,
O sofrimento era tanto, tamanha judiação,
O choro era contido,raspando a pedra com a mão !


Renato Paes





Renato César Nunes Paes
Enviado por Renato César Nunes Paes em 14/12/2007
Reeditado em 06/01/2008
Código do texto: T777611
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