TRANSITADO EM JULGADO
Sentado à escrivaninha, de cotovelos apoiados,
não excluo a hora, mas finjo que o tempo para,
pois tudo em mim é pirateado, alma e palavra.
Sempre engoli o titânio do meu medo blindado.
Eu quase derrotei o pé de ponte da madrugada,
andei nas suas fendas fundas, até cair na cilada
azul de metileno do intestino desta empreitada.
— E como prosseguir por onde não há estrada?
Ninguém destrancou minha focinheira de aço.
— Nem o de lá de cima… Nem o de lá de baixo.