Não há nenhum poema
Não há nenhum poema
Na rede que balança
Na pedra que se desloca
No passo do abandono
Frio bronze dos enganos
Roto amor desenganado
Arfando ao frio
Os olhos que em brasa
Procuram outros olhos
No pátio das prisões
Trama-se a liberdade
Alça-se o voo
O morcego duro e frio
No alcance das metralhadoras
As mães olham seus filhos
Perguntando calados
O que lhes reserva
A estrada
Onde os poemas
Não tem entrada?