Há um canto
Um sonoro e pausado canto de cigarra me desperta logo cedo nas árvores distantes de minhas antigas primaveras.
Percebo que devo me voltar para as páginas de um livro a ser escrito nas entrelinhas de minhas mais novas e profundas inspirações.
Tomarei as rédeas de um pônei e seguiremos as pegadas da brisa que banham suavemente as campinas verdes de novas promessas de amor e paz.
Quero descansar no final da tarde antes que essa serenata se cale e me envolva em madrugadas preguiçosas dizendo ser criança outra vez.
Ao surgirem os primeiros raios de sol e me vestir de verão, sairemos voando juntas num estrondoso despertar e nos transformaremos num breve resto de sol sobre o mar.