MONTANHAS E PRECIPÍCIOS

Mataram mais um amor na esquina

Todos passam por lá e nada enxergam

Eu sou o poeta de rimas curtas

E sequer curto essa coisa de paixão e suicídio.

Estou morando em curvas do destino

Vivendo de migalhas advindas das estrelas

Meu último poema não virou sequer brisa

Na pele do mundo vejo rotas tatuadas.

Lágrimas foram vertidas dentro da noite

E o tempo não se fez estrada para a pressa

Sou a urgência de toda palavra reprimida

E não há saída dentro de um silêncio final.

As eternas jornadas a que eu fui submetido

Modelaram-me para enfrentar desafios fatais

Um caos jamais vai escurecer o meu coração

Tenho o coro curtido pelo calor dos vales.

Não me assusto com montanhas e precipícios

Minha mão toca o vento em busca de direção

Vou superando obstáculos e falsos oráculos

Sem se importar se o horizonte é mera ilusão.

@Cláudio Antonio Mendes

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 26/04/2023
Código do texto: T7773795
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