MONTANHAS E PRECIPÍCIOS
Mataram mais um amor na esquina
Todos passam por lá e nada enxergam
Eu sou o poeta de rimas curtas
E sequer curto essa coisa de paixão e suicídio.
Estou morando em curvas do destino
Vivendo de migalhas advindas das estrelas
Meu último poema não virou sequer brisa
Na pele do mundo vejo rotas tatuadas.
Lágrimas foram vertidas dentro da noite
E o tempo não se fez estrada para a pressa
Sou a urgência de toda palavra reprimida
E não há saída dentro de um silêncio final.
As eternas jornadas a que eu fui submetido
Modelaram-me para enfrentar desafios fatais
Um caos jamais vai escurecer o meu coração
Tenho o coro curtido pelo calor dos vales.
Não me assusto com montanhas e precipícios
Minha mão toca o vento em busca de direção
Vou superando obstáculos e falsos oráculos
Sem se importar se o horizonte é mera ilusão.
@Cláudio Antonio Mendes