POETA DE UM VERSO SÓ

Sou poeta de um verso só

e nele há a infância

o tempo, a impermanência e a morte

Já tentei falar em amor

mas não dei muita sorte

afinal amar é sentimento

grafado em verbos de acenos e gestos

Se olho para trás

vejo-me garoto e pequeno

Me divertindo e correndo

como se quisesse ganhar do tempo

No encarar do hoje

contemplo o mundo envelhecendo

e meu menino continua correndo

como se desejasse coagular o tempo

Mas quando descortino o tempo

enxergando o que vem em frente

lá se vai a criança correndo

como se pudesse

um dia

vencer o tempo

Joaquim Cesário de Mello
Enviado por Joaquim Cesário de Mello em 25/04/2023
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