AS NOITES ASSALTADAS AGONIZAM

'Não te lembras da noite homicida...'

Gonçalves Dias

As noites assaltadas agonizam

Em choques fluorescentes e enxaquecas

De matinês em cines que reprisam

Drama elisabetano de bonecas

E o frio é uma presença sem requintes

A persona non grata e seus acintes

Nas calçadas transeuntes mal deslizam

Feito fantasma em velhas bibliotecas

Alheios tanto ao chão que quase pisam

Quanto a apetites de deuses astecas

Picanhas e bistecas são requinte

Promessa entre os insultos e os acintes

Se as vitrines conspiram e há calçadas

Austeras pelas trevas mais obscenas

É que agonizam noites assaltadas

Em choques por pianolas, por antenas

De mil escalpelados domos místicos

Com seus frontões, com seus brasões, seus dísticos

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 24/04/2023
Código do texto: T7771874
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