INDEFINIDO

INDEFINIDO

Sandra Ravanini

... componho em prata a negridão no céu suspeito,

cadentes solam aos figurantes cá no chão,

e às poeiras, em nosso nome, tão vaidosos grãos

criam vaga-lumes iluminando a exposição.

Expiando toda sorte aceno, por fim, a ida;

mais um gesto apenas assinando a resina,

atenuando a passagem tímida na esquina

e rindo pra morte encenada nesta vida.

Há de recuidar pelas noites quase escuras

sorvendo o líquido doce das madrugadas

olhando às estrelas, lembranças de calçadas

na rubra boca contrariando a ruptura.

Serei o vazio ou tudo aquilo que ora consome

o rogo em transparência, e clareando a solidão

transporto o sono da avenida à alucinação

onde segredamos a indefinida fome...

12/12/2007

20h43