Poesia: 170 - Amor sentimentalista
não escrevo sobre amor piegas de sentimentalismos.
a vida é breve e exige licença para tamanha banalidade.
tudo que é humano envolvem sentimentos modulares.
o sentimentalismo é algo infantil e obsessivo na vida.
não são das carências parentais que nascem os deuses?
o desamparo da vida não faz nascer o herói íntimo?
não é da vida familiar que nasce o sentimentalismo?
esse castelo sentimental é o desassossego da vida.
mas, se o mundo não é familiar, a vida também não é.
o amor não se limita às fronteiras do que é familiar.
a vida e o amor estão para além dessa fortaleza íntima.
amor não tem fronteiras, amor ao outro não é seguro.
se a vida é insegura, o amor vive suas inconstâncias.
o acidente na vida e no amor são inerentes ao mundo.
não faça do amor sentimentalismo piega e obsessivo.
amor não é música cafona, não exista dessa maneira.
tome cuidado! o amor pede cuidado. cuida de ti.