Essa Dureza no Olhar
Nunca essa visão anestesiada
viciada na dureza
Entorpecida e empobrecida
Essa dureza no olhar que tudo aniquila
Que tudo precifica e nada tem valor
Que tudo transforma em coisa
Que tudo transforma em objetos de puro utilitarismo
vulnerável e tosco
Quero o meu olhar sustentado por leveza que irradia em vibrações que contagiam
Nunca a dureza de um olhar que tudo endurece
Embrutece e afunila
e apodrece
E a secura faz dobraduras esquisitas a apodrecer tudo
Menos as veias latentes e pulsantes
com cores e cheiros dos sub átomos que dançam e refletem
os poros arrepiantes donde luzem faíscas
que irradiam reflexos
leves tênues tenros
de profundidade sem tamanho
onde seus silencios ecoam
ares grávidos do hálito vital e cheio de viço
Essa grandeza que chamamos de Boniteza