Um minuto.
E mergulhei nesse mar, de águas multicores,
Onde o salubre mescla-se com o impuro,
Onde o canto confunde-se com o grito
E onde a luz se perde na imensa escuridão.
E abracei o vazio, na tentativa da salvação.
As palavras passavam velozes e ferozes,
Destruindo a história e aviltando a memória,
Invadindo o silêncio com seus grunhidos febris.
O que se tinha a dizer, não se disse.
O que se disse, não deveria ter sido dito.
Nasce na mente a percepção do medo...
A insegurança do que o amanhã nos trará.
Sinto que o meu mundo se desloca,
Na direção de um buraco negro qualquer.
Do outro lado haverá o nada, o abismo infinito,
Ou haverá a luz e conhecerei a verdade da vida.
E tenho a consciência de que o futuro,
Deixou de ser apenas o nascer de um novo dia.
Quando amanhecer não se verá o sol, mas uma nova realidade,
E enfim, o início da verdadeira existência requerida.
Será a vã loucura o início de uma nova inteligência?
Será que as portas se abrirão para que conheçamos enfim a justiça?
Ou será que a justiça é apenas o sonho dos injustiçados,
E não passa de um analgésico, que se esquece quando cessa a dor?
E mergulhei neste mar de inseguranças e necessidades,
Sem me dar conta da minha mísera condição humana