Estetizar o tecido da Vida
Artesão dos fios do meu cotidiano
Teço traços em caminhos
Em tecidos bordados com as cores do olhar que de dentro de mim grita e descongela silencios
Artesão de mim
forjo ferro e lhe dobro em cores e lhe dou formas e lhe dou cheiros reais dos meus desejos sagrados
Matizados com a minha sede e minha fome por poesia
Eu , artesão de mim mesmo
que com o barro moldo e modelo formas sem fôrmas, sem normas, sem exatidão,
sem excessos de linhas retas
sem conexão com razão nenhuma !
Mas, com finos e grossos fios
infinitos macios e ásperos, em cores e diversas matizes texturas tantas
E o meu tecer se enlarguece perante as dores e alegrias, prazeres e lágrimas, risos e gozos
Meu cio como artesão por esculpir e versar meus dias sob a égide de teor sem teorias, sem rimas velhas, sem medidas, sem medos
E danço meus caminhos, escuto minhas estradas,
componho ritmos com a música que emanam do meu dia a dia com os exercícios dos erros que eu traço
E sem medos
Sou artesão da estetização da vida que se desdobra em mim em rotinas pervertidas
dos instantes, do cotidiano que ora sou peregrino e marginal,
transgressor e rebelde
da Beleza que devo instaurar da minha vida como tecido bordado com as vestes da Boniteza de ser artista da minha própria Vida
como um poema a Existir