Estetizar o tecido da Vida

Artesão dos fios do meu cotidiano

Teço traços em caminhos

Em tecidos bordados com as cores do olhar que de dentro de mim grita e descongela silencios

Artesão de mim

forjo ferro e lhe dobro em cores e lhe dou formas e lhe dou cheiros reais dos meus desejos sagrados

Matizados com a minha sede e minha fome por poesia

Eu , artesão de mim mesmo

que com o barro moldo e modelo formas sem fôrmas, sem normas, sem exatidão,

sem excessos de linhas retas

sem conexão com razão nenhuma !

Mas, com finos e grossos fios

infinitos macios e ásperos, em cores e diversas matizes texturas tantas

E o meu tecer se enlarguece perante as dores e alegrias, prazeres e lágrimas, risos e gozos

Meu cio como artesão por esculpir e versar meus dias sob a égide de teor sem teorias, sem rimas velhas, sem medidas, sem medos

E danço meus caminhos, escuto minhas estradas,

componho ritmos com a música que emanam do meu dia a dia com os exercícios dos erros que eu traço

E sem medos

Sou artesão da estetização da vida que se desdobra em mim em rotinas pervertidas

dos instantes, do cotidiano que ora sou peregrino e marginal,

transgressor e rebelde

da Beleza que devo instaurar da minha vida como tecido bordado com as vestes da Boniteza de ser artista da minha própria Vida

como um poema a Existir

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 19/04/2023
Reeditado em 19/04/2023
Código do texto: T7767977
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