NADA RESTOU

Arrisquei escrever-te num Soneto

Na areia malhada com meu dedo,

Todo o meu amor quis demostrar

Vinha às águas revoltas a apagar.

Distanciei- me dos remanços das águas

E nas areias agora quentes e seca escrevi,

Mais antes de terminar, oh! vento que sopras

Com poeiras bem finas encobriu tudo o que fiz.

Não desisti e em talhas escrevi, teu nome no tronco de um coqueiro!

Que lindo que ficou o meu nome junto ao teu!

Pensei que duraria e fosse ficar agora o tempo inteiro,

E que fosse tal qual o teu amor igual ao meu.

Do meu soneto não restou sequer nem a palha do coqueiro,

O progresso invadiu a areia e a minha talha por vencida se deu.

Gilson Brasil
Enviado por Gilson Brasil em 19/04/2023
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