NADA RESTOU
Arrisquei escrever-te num Soneto
Na areia malhada com meu dedo,
Todo o meu amor quis demostrar
Vinha às águas revoltas a apagar.
Distanciei- me dos remanços das águas
E nas areias agora quentes e seca escrevi,
Mais antes de terminar, oh! vento que sopras
Com poeiras bem finas encobriu tudo o que fiz.
Não desisti e em talhas escrevi, teu nome no tronco de um coqueiro!
Que lindo que ficou o meu nome junto ao teu!
Pensei que duraria e fosse ficar agora o tempo inteiro,
E que fosse tal qual o teu amor igual ao meu.
Do meu soneto não restou sequer nem a palha do coqueiro,
O progresso invadiu a areia e a minha talha por vencida se deu.