RI(O)MAR.
O perfume que
Agora chega
Vem da roupa
No varal.
Se venta pela direita
Traz o ar, cheiro de mar
E um conforto morno
Envolve todo o corpo
Fazendo a pele arrepiar...
Se venta pela esquerda
O cheiro vem lá do rio
Da roupa castigada
Na pedra em aspereza
Ralando a lida
De mãos cansadas
No fim de mais um dia.
Dum corpo pelejador
O suor a escorregar.
Do sal, do doce
Evapora a água
Daquela roupa a secar
Que novamente
Veste um corpo
E o impede de sonhar.
Elenice Bastos.