"Domínio, demissão e morte”

Criações encaminhadas sistemicamente

Com o simples propósito de desacreditar

Na intenção torpe de desqualificar o próximo.

Mecanismos predispostos a interferir

Em futuros potencialmente prósperos.

Somos todos diferentes de alguém e

Ao mesmo tempo o aparelhamento de um todo

Instruídos e ajustados por ferramentas desiguais.

Contaminar sonhos celestes de quando

A meta do sonho era algo aparentemente

Inteligente, distante, abstrato

Apenas uma fábrica de produtos fáceis de fantasiar.

Descredibilizar aquilo que não dá dinheiro

Inviabilizando planos nos quais o primo,

Parente ou vizinho bem sucedido não ousaria apostar.

Que aos olhos da sociedade é coisa de marginal.

Pensando assim, estar à margem do que afinal?

Demandando padrões sem perdão

Estruturando a instituição da ilusão

De existir um preço justo a pagar.

Costurando costumes de

Uma geração para outra (a falha

Que impede evolução),

Feito colcha de retalhos que não

Combinam em história, idéias e ideais.

Que jamais couberam no seu lugar.

A prisão do poder sob a pena

Degenerativa de uma ambição animal.

Controlando até o pensar.

Materializando a mensagem do medo.

Colocando cada vírgula ao dispor da vida

Até o ponto onde é politicamente correto colocar.

Colorindo em tons gêneros ainda

Em fase pré-escolar na ânsia tosca de expor

Precocemente genitais, e a política atual

Lá soa correto feito algo pelo qual

Devemos regular decência e moral?

É preciso saber quando protestar

Quando por vias pacíficas ou

De forma prática ir às vias de fato e

Os pratos em plena praça quebrar.

Livres

Embora predestinados à quitação.

Livres

Feito regras prescritas de um jogo com objetivo único a se alcançar.

Livres

Feito história pronta de um livro desnecessário de se folhear.

Enredos alheios aleatórios, contexto particular

Desfechos incomuns, impossíveis de escapar.

Estado se eximindo da culpa

A nova velha desculpa é

Conter gastos das políticas sociais

Repassando a verba aos cofres

Dos que mandam mais.

Eu posso cruzar a rua

Outros sem a mesma sorte histórica

Já não puderam e ainda houveram

Os que aplaudiram a não permissão

Tendo a liberdade como coisa seletiva

Etiquetando um simples caminhar.

Ela tem nome, ela tem dono,

Não tem rosto e coleciona histórias.

Entre muros e árvores há sangue seco

Ecos da revolta um ar que inspira

A esperança de mais vitórias.

Nascer sem aprender a priorizar

Áreas essenciais, saúde mental,

Acumulando sequelas socioemocionais.

Sequer concebo em mim o conceito

De plenas faculdades mentais.

Comer sem remoer o alimento dentro da boca

Em busca de um único resquício de sabor natural.

Custeando até documentos para

Depois que morrer e para que?

O que e a quem interessa quem fui?

Quando suspender o ser ao deixar de estar?

Para onde vamos? Certamente

Não importa a roupa limpa a trajar.

Processos ignorantes empurrados goela abaixo

Pela inconsistência da cultura,

Se é que assim podemos chamar.

A carne imunda, agora mais imunda

Não irá se demorar e

Mesmo que o básico do óbvio

Ei, por obrigação ter de sustentar.

Desprover de tempo e proventos

Como se um valesse o equivalente ao outro

Inclusive menos para um que para o outro

Até que alguém enriqueça às custas

De que uma massa adoeça.

Colecionar pilhas de bens,

Almejar os bolsos lotados,

Cabeças vazias e expressões apáticas

São parte dos sintomas entregue

Em minuciosas parcelas desse mal milenar.

Logrados ao atravessar os anos.

Sofrendo diariamente os danos.

Penando em filas.

Maltratado em balcões.

Pirando em fitas.

Maltratando de volta

Quem retém o troco ou o devolve em balas.

Quem não é responsável pela incúria

Filhos desequilibrados da fúria

Direcionada aos acumuladores de bilhões.

Reféns da sobrevivência taxada em bancos.

Esquema legalizado em forma formal de bando.

Patrimônios, patriotas, publicidades, propagandas

Posando de capacho, entregando mundos no pré

Traiçoeiros nas entrelinhas explicadas no pós.

A vida é um vai e não vem.

Não tem volta pra realizar, meu bem.

Impossível conquistar quem nem

Se deu ao trabalho de possibilitar a partilha.

Encurralados neste domínio

Em constante declínio

Aguardando o aumento

Do salário mínimo, demissão da rotina,

Compreendendo os benefícios da morte e

Praticando a teoria de amém.

Pablo Machado
Enviado por Pablo Machado em 15/04/2023
Reeditado em 17/04/2023
Código do texto: T7764193
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