#lucindanelremar CASA DO HOMEM DESMORONADO

A casa do homem

está desmoronando,

as ruas estão sendo

tomadas pelo ódio,

pela desconfiança,

pelo desleixo,

pela pobreza extrema

de ideias que libertem...

 

A casa do homem

não tem portas mais abertas,

as janelas deixam de serem

olhos para horizontes belos

e com perspectiva de um

grande futuro a perder de vista,

hoje se encontra quebrada,

onde rostos transfigurados pelo

medo, espiam a vida lá fora...

 

A casa do homem está

caindo aos pedaços,

o mato toma conta dela,

nos pedaços da parede ferida...

O teto dela não protege

porque já não existe,

pedaços de telhas caem no meio

da varanda e enchem de poeira

os olhos de quem ali tenta se abrigar...

 

A casa do homem está desmoronando

e as ruas cheias de gritos de revoltas,

de dores que sufocam a voz,

e não conseguem colocar para fora

o que existe de angustias dentro de seu peito...

Oh homem que não soube se cuidar,

e a natureza tanto lhe deu aviso,

e ele ali se põe a lamentar...

 

Será tarde? Será que existe alguma saída?

Que coração consegue superar tanta decepção?

A casa do home não é de pau a pique,

não é de taipa,

não é de palha,

não é de pedra, nem de tijolo,

hoje é feita de nada...

Pois nada mais restou.

 

A casa que ele tem

é mera visão de algo que existiu

e desmoronou como

se fosse um edifício feito de cartas

que num sopro qualquer caiu

e ali ele ficou a sentir o frio da desesperança...

E agora?

 

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A casa do homem está como hoje ele está: se esvaindo

num nada que ele mesmo se fez e talvez para sempre se tornou...

 

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Haverá alguma saída desse nada? O que você acha?

(14/04/2017)

Raimunda Lucinda Martins