INQUIETUDE NOTURNA
Ela chega sorrateira e silenciosa
Sem bater na porta ou pedir permissão
Vem sem convite, mas sempre ansiosa
Por roubar de mim a tão preciosa ilusão
Não se importa se o dia foi cansativo
Ou se o corpo pede descanso e paz
Ela é a rainha do mundo privativo
E vem dominar a minha noite, ela é capaz
E eu fico, mudo, no silêncio da escuridão
Enquanto as horas se arrastam sem parar
Ela me faz prisioneiro da imaginação
E me impede de fugir, de escapar
Não há remédio ou poção mágica
Que possa afastá-la de mim
Ela é a insônia, a minha amarga
Companheira noturna até o fim.