Música no pensamento
Música no pensamento
Tenho sempre nos meus ouvidos umas cócegas musicais
Uma pauta dos sentidos atentos aos sons banais
Uma pureza ingénua num violino que não toco mas me embala
E se junta à natureza nua que no seu movimento não se cala
Fazem uma orquestra da alma com o acústico verdejante envolvente
Os passarinhos em festa que chilream nem que seja na mente
A água gotejante que beija os pés com uma carinhosa frescura
Enquanto cada corda brilhante é a voz sedosa da ternura
Não há silêncio mais intenso do que a sonoridade a sós instrumental
Uma melodia celestial no meu passo lento pela estrada mental
Vibra com o vento que abraço de passagem e me acaricia
Numa aragem que me leva para a tentação do mundo da fantasia
E ali chegando acho até que já nem sou eu nem a minha ilusão
Vou tirando o pé do chão e voando pelo céu com as asas do coração
Luísa Rafael
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Porto, Portugal