Teoria do objeto e desintegração
Flutuo
na ambiência dos astros em
completa entropia
semiótica
Amo-te
odeio-te
em símile métrica.
Enquadro-me nos
símbolos geométricos regidos
para passar pela porta
[rija e quadrada] e
encaixar na cama
onde a disruptura me
desperta e o solilóquio das
minhas efígies me
ninam.
Quero-te, devoro-te.
Ó, objeto que me dá de mamar e
e fecunda minha
Sede infinita.
Almejo-te, apoio-me em
tua projetada gravura de divinas tetas.
Esquartejo-te,
atiro em ti toda culpa de minha
miséria,
Ó infinitamente piedosa e solene,
humana e heróica,
Imagem de mim mesma!
em teu seio farto,
em teu seio seco
Quem sou eu?
quem
sou
Eu?
Qual o motivo deste continuum de
vir
[devir]
a ser?
Quanta miséria esta infinita busca do vazio!
A procura.
A infinita procura.
A ânsia vã de preencher de delícias o vazio.
Retiro-me
Retiro
Retiro
E outro vulcão profundíssimamente oculto e
mascarado explode:
um ao outro, seguem-se em
carrossel estoico,
Oh! deuses profanos!
Oh! Miríade de ninfas grotescas!
Como gozo deste fel mélico!