Teoria do objeto e desintegração

Flutuo

na ambiência dos astros em

completa entropia

semiótica

Amo-te

odeio-te

em símile métrica.

Enquadro-me nos

símbolos geométricos regidos

para passar pela porta

[rija e quadrada] e

encaixar na cama

onde a disruptura me

desperta e o solilóquio das

minhas efígies me

ninam.

Quero-te, devoro-te.

Ó, objeto que me dá de mamar e

e fecunda minha

Sede infinita.

Almejo-te, apoio-me em

tua projetada gravura de divinas tetas.

Esquartejo-te,

atiro em ti toda culpa de minha

miséria,

Ó infinitamente piedosa e solene,

humana e heróica,

Imagem de mim mesma!

em teu seio farto,

em teu seio seco

Quem sou eu?

quem

sou

Eu?

Qual o motivo deste continuum de

vir

[devir]

a ser?

Quanta miséria esta infinita busca do vazio!

A procura.

A infinita procura.

A ânsia vã de preencher de delícias o vazio.

Retiro-me

Retiro

Retiro

E outro vulcão profundíssimamente oculto e

mascarado explode:

um ao outro, seguem-se em

carrossel estoico,

Oh! deuses profanos!

Oh! Miríade de ninfas grotescas!

Como gozo deste fel mélico!

Nicolle Ramponi
Enviado por Nicolle Ramponi em 09/04/2023
Reeditado em 10/04/2023
Código do texto: T7759602
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