Lamber o Vinho que Escorre dos teus Seios
Doido pra te devorar
lambendo o vinho que escorre nos teus poros
E do desejo que se evapora
do meu corpo, sinto agonias
e quase sinto vertigens
de sentir o pulsar das tuas veias latejantes me proporcionando longevidade desse instante
que se eterniza nos mistérios de almas que se desejam
Vontade de Beber o vinho que nutre a tua pele quase molhada
E dos tão finos, de tão leves pêlos arrepiados - ecoar o meu sorriso nos silencios sagrados de mim
E com o calor da carne que
em erupções me mantém vivo
E querendo Sugar o vinho
do calor da tua pele morena
E do teu corpo trêmulo
tomar uns goles do líquido
que emana dos rios do teu corpo
E da loucura de saciar
por inteiro essa minha
sede descomunal, me torturo,
me alucino e me dopo com teus cheiros
e fecho os olhos pra tatear
com a intuição que minhas mãos me ensinam
Sem mapas, sem regras,
sem cartilhas e sem medos
de permitir me enlouquecer
desse sonho de me tornar
um só contigo, num só sussurro, em vários gemidos em sintonia
com essa fome de te devorar por pedaços, sem controlar
a minha gula, sem freios,
sem pressa ou bem devagar,
sem hora marcada,
sem medo de amanhecer,
sem medo de errar
E só assim me tornar inteiro
E quase embriagado, vendo estrelas saltando dos céus
Com meu corpo Sujo com teu batom cor de sangue
que tatuou a minha pele
com rascunhos de pinturas
e abstrações, desenhando
o teu nome com letras suaves
em meu corpo inteiramente nu,
- só teu !
Porque eu me dispo dos meus medos e com minha boca tiro-lhes as tuas roupas, arrancando botões, rasgando o fino tecido que te amacia em proteção
Quero te proteger com minha pele e te vestir com meu corpo
sem roupas
E dançando te cubro com a volúpia da nudez do meu corpo
em arrepios, pulsante
que não desiste em devorar
a tua nudez e te cobrir
com a carne dos meus músculos nus e trêmulos obediente a minha coragem e voracidade em devorar-te inteira!
Pedacinhos por pedacinhos
sem pressa
Devorar-te com toda leveza
da minha pele inteira, poro por poro...
E gritar Sorrindo como
um louco que tudo enxerga
e nada ver, mas que escuta
o teu coração em descompasso
com o meu
E imersos numa arritmia
sem controle
Mas que apenas sentimos
o pulsar dos teus músculos
que gritam em silencios anunciando a brevidade
de adormecer no conforto das carícias dos teus braços
E confundir corpo e vinho, poucos pelos e a pele na lisura do teu corpo quente
E com meu cio teimoso
ao encontro da rigidez
de tua pele eriçada
como coivaras acesas
com a leveza da minha saliva quente e sedenta a deslizar
e atiçar sussurros trêmulos
em teus ouvidos
E enfeitiçar e queimar e eriçar
sorrateiramente freando
a minha pressa arredia
com a leveza dos meus dedos
E minha sede por tua pele suada onde a gravidade
eleva o líquido seco
na suavidade de teu olhar
de cumplicidade,
testemunho do nosso ritmo
Isso me autoriza a lamber
como um cego as tuas coxas,
as tuas nádegas,
os teus seios macios,
até lamber as pontas dos teus dedos, dos teus mamilos
E sentindo tonturas, com as vistas turvas, alucinadamente só teu !
Desmaiar na imensidão do prazer beber vinho, lambendo as curvas de tuas cavidades
só minhas, tão somente minhas
Despentear desritimando os fios dos teus leves cabelos
E com minhas mãos nervosas
Desmanchar a doçura do teu batom macio com o tremor
dos meus lábios vermelhos sem artifício, sem segredos
Ser todo teu, apenas teu
Tomar da tua boca um pouco do vinho guardado nos teus lábios
E morder a tua orelha,
E Lamber o teu umbigo, tuas costas, tuas nádegas,
teu pescoço e te deixar doida,
louca, sem juízo, sem razão,
te deixar fora dos eixos,
fora do prumo, sem rumo
com a alegria da minha fome me nutrindo do vinho quente que suavemente bebo
dentro calor de tua boca
E Lamber a geografia
do teu corpo aceso,
límpido e trêmulo,
como labaredas a clarear
os cômodos do teu corpo
que reina como santuário
onde eu escrevo poemas
com minha voz roca
de tão sadia
E recito versos bem devagar
e bem baixinho
E rezo uma oração
com meu corpo dormindo entre tuas pernas, com braços entrelaçados
sentindo o pulsar da beleza de Deus !
Ah, a eternidade se inscreve
nesse agora sem rótulos
E Arranhar a tua tez rubra - pálida e marcada
com as cicatrizes dos meus dedos leves e firmes
Morder a tua nuca molhada
com o vinho que derramei
com malvadeza e teimosia
das minhas mãos trêmulas
E sugar o líquido que desliza
no teu corpo quente e úmido
sem deixar desperdício da força da gravidade que insiste
em enxurrada desse líquido seco e leve e suave e sereno
a desenhar linhas líquidas
em tua pele única
E dos teus flancos e tuas protuberâncias
E da umidade quente que jorra dos teus minúsculos pontos onde a ausência de pêlos se mistura na lisura macia,
que a cavidade exala o perfume impar do teu corpo
que ungido pelo calor do vinho derramado lentamente
em tua geografia corporal
E dos teus mamilos encharcados pelo sabor
e pela textura da liquidez rubra que teima molhar a minha boca doida, faminta, sedenta
que apimenta meu juízo
de menino com vistas turvas
a desenhar estrelas em teu corpo com minha língua
e sublinhar com minha assinatura como teu homem
a riscar em teu corpo palavras suaves e impregnadas
da ousadia de me sentir
só teu, somente teu
Porque depois de lamber
o vinho que escorre por entre todas as curvas do teu corpo
Só me resta ser Poeta
por esses eternos instantes
e escrever com meus poros palavras e versos coloridos com a volúpia dos nossos corpos saciados e serenos
em pleno delírio do meu cio por teus seios, por teu corpo, por você
E com leveza eu te devoro inteira, em cada centímetro,
em todas digitais dos teus
dedos até às texturas dos fios dos teus cabelos que brilham com a beleza do teu Perfume
único, só teu!
E com a compulsão do teu Corpo beirando vertigens
E trêmulo e Ardendo como
brasa nossa saliva é Bálsamo que nos embriaga nos tornando amantes regidos pela Poesia
de nossas Almas algemadas pelo tesão de nossas peles,
dos nossos hálitos,
dos nossos cheiros
e dos nossos sorrisos que exalam os aromas dos nossos corpos úmidos, molhados e encharcados de Gozos !
E insaciável insisto em matar
a minha sede, de lamber o vinho que escorre do teu corpo,
que escorre da maciez
dos teus seios
e do calor que interliga
nossas Pulsações
como uma Canção sorridente
a se alastrar compulsivamente
sem Razão !
Mas, pra que ter Razão
depois de salivar
o vinho quente escorrido suavemente do teu corpo ?
E dentro de ti
Insaciável permanecer
Sugando o vinho que corre
em teu corpo,
você me faz sentir
o homem que eu sempre quis ser!
Ter razão pra que ?