Parênteses e Luas...
O tremor é quase incontrolado...
Entre folhas soltas - letras devoradas -
escrevo pra não morrer
Das pautas atiradas ao vento,
entre a asa e o voo, imagino viver...
Podia ser a razão, reinando
todo o impulso, restringindo...
Da paixão, deixada a si,
o fogo que visita a memória de amor
e lhe tirando o véu,
a deixa nua
e lhe sente o cheiro
procurando o seu gosto...
E por isso, depois de um tempo,
todas as coisas ficando para trás
entre parênteses e luas, as guardei...
Leve e verdadeiro era
a flor no cabelo
a sede indefinível, consumir-se
a espera do poema, que um dia,
pode ouvir meu coração...
E sangro, quando te recordo
Da palavra que desnuda, sabes,
Poesia, o vivi.
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(*) Imagem: Pinterest