Olhos que sorriem

Olhos que sorriem

O meu sorriso tem uma nascente nos meus olhos brandos

Não preciso rasgar os quentes lábios para jorrar encantos

Ele se esconde por entre a folhagem verdejante arborizada da alma

Numa voz calada em semente de paz docemente calma

Ele é mais puro que qualquer evidente e feiticeira gargalhada

Essa que vive à superfície na pele soalheira dormente pousada

É na profundidade longínqua que ele sempre existe

E se oferece em felicidade nua para quem sabe bem em que consiste

E os meus olhos nasceram assim profundos e lentos

Até parecem alheios aos mundos e poeticamente desatentos

Mas na verdade quem os fez desenhou-os atentos com o lápis do sentimento

Talvez por isso o meu sorriso tem uma nudez que vem de dentro

E quando por eles passam poeiras suspensas que se oferecem em viagem pelo céu

Fecho os olhos a esta aragem dos que mentem e guardo em recolhimento o sorriso meu que é teu

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 04/04/2023
Código do texto: T7756119
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