Overdose de Poesias
Quero uma overdose de poemas, que me penetre as narinas, me encharque os poros, que me faça tostar a pele, que me faça arder os tímpanos, me faça arder os olhos, que sacie a minha sede, que me sacie a fome, que me turve as vistas, que me escureça os olhos com a fruição de toda poesia que todo instante exala com palavras assobiadas pelo vento, com os versos que todo instante emana,
com a beleza que todo instante pulveriza com seus versos marginais, com sua beleza ímpar, com sua grandeza singular, com seus momentos que instigam e que nutrem os poros da minh'alma
Quero me embriagar por dentro de mim, por inteiro, sem medo
Rebelde !
Subversivo
E me embriagar de corpo e alma,
com calma, sem pressa
Quero ter a alegria de morrer Embriagado
Dopado
Drogado com uma overdose de poesia injetada nas veias,
nos músculos, na pele, nos poros
que me toca pelo meu avesso bordados de sentimentos
Que me fazem estremecer
Que se fazem redemoinho
Com ventanias soltas e leves
E breves e raras e efêmeras e singelas e tênues e sinceras
raicarvalho
tarde
04032023