Desejo
Desejo
Como é bom sentir os teus lábios nos meus ouvidos
Nem que seja por entre o ir e vir dos entorpecidos sentidos
Mas ouço apenas os suspiros que a imaginação me oferece
Em poemas de paixão que quem tanto te deseja carece
Um sopro de magia tão tua na pele do meu pescoço
Escorregadia e nua com a poesia doce mel do nosso alvoroço
Só o pensamento de ti me embala nesta loucura delirante
Imagina se estivesses aqui a viver o momento de ternura vibrante
E assim o sentimento fica em brasa incandescente
Ainda bem que ninguém vê a chama que o rosto mente
Só eu vejo com os olhos fechados o calor que emana de dentro
No peito o perfume dos pecados ao menos me serve de alento
E esta sede sem bebida é uma doença do coração sem cura
Sei lá se é minha pertença esta ilusão sentida que tanto me tortura
Luísa Rafael
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Porto, Portugal