Embriagado com o Sorriso de uma Flor
Me Embriago com o Sorriso de uma Flor a espalhar - se com leveza e equilíbrio perante a nudez das estrelas
Porque as Flores embriagam
Eu sinto !!!
Me encharco com sua rebeldia
em ser ternura e loucura e
doidice em ser doida diante da crueldade do império da hipocrisia
Me enlouquece a sua Transgressão louca e desprovida de interesses volúveis e insensatos
Dopado, eu perambulo como pétala a vagar ferozmente como poeta que rir de sua própria loucura
E rio rios grávidos de sonhos
E como um louco que se embebeda com poesia
à margem do conforto
das paredes das cavernas,
dos caminhos secos, árduos espinhosos,
já traçados, dos casulos ocos
e ninhos invisíveis com o calor que carece da vitalidade
da Beleza que tanto faz gritar
o poder da poesia como alimento de pureza e vigor
que irriga e nutre as estradas eternas carentes da alegria de existir por ser tão belas
Luto pra viver sem imbecilidades
e driblo os idiotas com suas extravagâncias tolas
Me em-flores-ser com a Inteireza da canção das flores em desvirginar as couraças estruturais que amargam
mais que o azedume tonto
de arder-se no fogo
da caretice tosca
Embriagar-me com os cheiros florais e pétalas azuis anis,
me dá a glória de ser mendigo que persegue os tons e sons
da Beleza como meu guia único e singular
a alumiar a minha cegueira
Voar por entre nuvens beijando as sementes das asas de anjos negros ancestrais tênues de tão mulheres
Embriago-me sim !
Com firmeza !
Com a robustez da leveza do ser Flor eu viro passarinho
com uma só asa dançando
em busca de outra asa
que se traduz reluzente como canção
E moro longe dos horrores
de desertos áridos sem a força da poesia que emana nos átomos dos poros das flores
ao romper os úteros telúricos
e gozar por respirar as Cores das Flores todas por aí...
De inalar as texturas a fazer - me versos diante das luzes dos vaga-lumes como testemunhos dessa epifania de embriagar- me com a força de uma flor - tão somente Flor
De comer os perfumes das nervuras do florescer das horas
Embriagado surjo sujo com minhas loucuras e danço nu no ventre das horas
Embriagado vou rasgando, rompendo com o bravo verbo que exala o poder de Transgressão
Sinto Flores com seus olhos sorrindo exalando cores e tecendo com seus perfumes um novo alvorecer