À chuva te espero
À chuva te espero
Ai, meu amor que eu não te vejo por entre a chuva escura
Às tantas já passaste num relampejo de luz de água pura
Nem o lampião da rua me avisou da tua ilusão na passagem
E eu estou aqui contigo no coração numa inocente miragem
Só as estrelas num pontuado luzente te fizeram a estrada
Certamente aqui me puseram caída com esta água miúda assim do nada
Por isso estou calada nesta rua que os teus olhos passaram apressados
Com a roupa molhada para que me vistas com o calor dos teus pecados
Ai, meu amor anda para aqui que o frio já é a despida penitência
Em cada arrepio o pensamento me leva para a ti com a minha inocência
Ao menos dá-me um beijo de vento que eu me alegro e tanto preciso
E em troca te devolvo o sentimento que entrego na luminosidade do sorriso
Mas não digas que não que eu sei que tanto me queres
Eu sei que te encanto bem mais do que te encantam as outras mulheres
Luísa Rafael
Direitos de autor reservados
Porto, Portugal