O labirinto das sedutoras mentiras
O labirinto das sedutoras mentiras
As flores já não cheiram aos orvalhos das madrugadas
Secaram as pétalas amargas outrora de essências perfumadas
Murcharam cansadas num dilúvio de águas de lágrimas silenciosas
Sufocadas pelas mágoas de reminiscências mentirosas
Adormeceste no meu peito ainda sonolento de espanto
No leito onde te perdeste seduzido pelo meu olhar luzidio de encanto
Hoje as noites são acordadas nos lençóis de estrelas caídas desgostosas
Numa cama de mentiras amarrotadas no frio de tatuadas prosas
Ainda guardo escondidas as pétalas de veludo sombrio escurecidas e preguiçosas
Onde suspiro as brisas das sobras passadas intensas de cheirosas rosas
De flores ressuscitadas de vida com cálices abertos às fantasias
Encosto este ramo desflorido de saudade ao meu coração pulsante
Onde te sinto arrependido numa insanidade suavemente distante
Numa encruzilhada de um amor ferido num labirinto de sedutoras mentiras
Luísa Rafael
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Porto, Portugal