ADAGA

São sublimes razões as dessa adaga

Que aprendeu a esperar no inverno azul

Entre lobos, remorsos e cadáveres --

Censuradas por rábulas que sangram,

Nem por isso implausíveis no silêncio

De breve noite rubra, quente, líquida.

A hipocrisia é funcionária pública

Tomando cafezinho no intervalo

Entre duas histéricas sirenes.

Eis o argumento dessa adaga,

Eis a premissa principal ferindo,

E a secundária, feito um anjo lindo.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 31/03/2023
Código do texto: T7753389
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