ADAGA
São sublimes razões as dessa adaga
Que aprendeu a esperar no inverno azul
Entre lobos, remorsos e cadáveres --
Censuradas por rábulas que sangram,
Nem por isso implausíveis no silêncio
De breve noite rubra, quente, líquida.
A hipocrisia é funcionária pública
Tomando cafezinho no intervalo
Entre duas histéricas sirenes.
Eis o argumento dessa adaga,
Eis a premissa principal ferindo,
E a secundária, feito um anjo lindo.
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