CALÁDIOS.

Em sacro-ofício,

Por um jardim encantado,

Passeavam os olhos;

Num tempo florido,

Cuja Primavera

Em cores e aromas,

Exalava Rosas

(Quase sem espinhos)

Sob raios dourados

Dum amarelo aquecido

Girava ela, a Flor do Sol,

Na sequência Fibonacci.

Chegado o tempo

Que em verão

Aquecia, queimando

Feito vulcão,

Espalhou-se a Flor de Chagas

Em beleza, formosura e floração.

Mas outros ares

Ventaram mudanças

(Equinócios outonais)

E o Amor, até então, Perfeito

Por que razão fora desfeito?

A bem-quista Margarida

De plena fé e esperança

Despetalou-se entristecida

Em palidez e malquerença.

E os Caládios,

Agora, seguem, tão calados...

Por onde passava aquele trem,

Mudaram a trilha e a Estação,

Deixando vazia e triste

Aquela plantação.

Elenice Bastos.