Cidade
Do meu quintal\
De minha acomodação/
Que também é de vidro\
Pelo vitral admirava\
O teto sagrado\
Da casa do Hal\
Todos a mesa, a jantar\
A sorrir, a cantar e dançar\
Não faltava nem mesmo, a palavra/
O vinho e o dízimo \
Religiosidade a flor da pele\
Conservadorismo total/
Mas há quem diga/
Que todo radical/
É liberal/
De toda sorte, que vi as chagas nos ossos/
A demagogia exposta como prostituição moral\
Jamais imaginava\
Ali residir qualquer mal\
Só que nas inconfidências da noite\
Não passava de mais um, de tantos casos\
Na surdina da sociedade visceral\
Onde comem com os chacais\
Os sábios tolos bebem o veneno\
Que aportam nas esquinas\
Com os que se dizem amigos/
Mas são canibais\
Fantasiam os dias/
Pra confundir os olhos/
E perturbar a mente/
Por assim ver nosso tempo\
Sob mais horrores\
Tamanha são as dores\
Pois há pais de um estado demente\
A ignorar as leis, que se dizem crentes/
Enterrando os valores pra fomentar a corrupção\
Elegendo mal intencionados a cargos vitais/
Onde muitos insanos andam como senhores capitais\
A infectar as ações alheias\
Cujas mães outrora sagradas\
Apenas sangram na sala desavergonhadas/
Face as depravadas ações coloniais/
Face as permissivas de seus filhos a propalar o caos\
Tantos homens e mulheres se perdendo/
Homens impunes abusando de crianças\
Manchando o divino\
Com padrões distorcidos e mentiras\
Sob a bandeira de uma liberdade surreal /
Forjando glórias e orgulho nocivos/
Ao que realmente é real/
Como progresso do capital/
Nada pode ser tão mal/
Nesse caos/
Deve-se cuidar pra não ser/
Viciado desse mercado/
Pois quem bebe veneno/
Como desobediente/
Não pode da sorte abusar/