DA INCONSTÂNCIA DE TODA EXISTÊNCIA

Enquanto a vida passa

e faz passar pessoas,

lugares e coisas,

que fizeram de mim

um insignificante e mudo acontecimento

enquanto meu corpo,

quase ilegível e invisível,

se gasta aos poucos sob o céu,

e o tempo apequena a memória e o rosto,

vou me esquecendo do que já foi,

reinventando o nada e o efêmero de nossa existência,

em um aprendizado constante

do mais sereno e banal silêncio.

Aos poucos vou me desfazendo em assignicâncias e despedidas

de um mundo que sempre está de partida.