A poesia dos amantes
A poesia dos amantes
Os teus olhos têm as folhas douradas de Outono nos céus ao vento
Que ondulam embaladas no sonho das noites ao relento
A tua boca tem um recorte lascivo risonho onde em convulsão me perco
A pele nua tem o tom esbatido da imensidão das areias do deserto
Nos teus dedos pulsa um coração sentido em veias circulantes
Onde se revelam segredos em botão nas letras de perfumes estonteantes
As tuas mãos de poeta me sentam num regaço escondido onde nascem poesias
Têm o encanto do abraço que em acolhimento soletra poeiras de magias
Ai, meu amor como não havia de sair do teu peito um lindo poema?
Se quando te beijo ele se exalta e ecoa perfeito na minha pele que respira
E o pensamento satisfeito voa loucamente e docemente suspira
Ai, meu amor como não havia de sair do teu peito um lindo poema?
Se desfila delicado na minha nudez cada verso do teu grito
Que caminha com avidez neste meu leito que é página do livro que te dedico
Luísa Rafael
Direitos de autor reservados
Porto, Portugal