A poesia dos amantes

A poesia dos amantes

Os teus olhos têm as folhas douradas de Outono nos céus ao vento

Que ondulam embaladas no sonho das noites ao relento

A tua boca tem um recorte lascivo risonho onde em convulsão me perco

A pele nua tem o tom esbatido da imensidão das areias do deserto

Nos teus dedos pulsa um coração sentido em veias circulantes

Onde se revelam segredos em botão nas letras de perfumes estonteantes

As tuas mãos de poeta me sentam num regaço escondido onde nascem poesias

Têm o encanto do abraço que em acolhimento soletra poeiras de magias

Ai, meu amor como não havia de sair do teu peito um lindo poema?

Se quando te beijo ele se exalta e ecoa perfeito na minha pele que respira

E o pensamento satisfeito voa loucamente e docemente suspira

Ai, meu amor como não havia de sair do teu peito um lindo poema?

Se desfila delicado na minha nudez cada verso do teu grito

Que caminha com avidez neste meu leito que é página do livro que te dedico

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 27/03/2023
Código do texto: T7750315
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